segunda-feira, 8 de abril de 2019

Cédulas 28 anos SNP - Moedas de 1819

SÉRIE DE CÉDULAS DA SNP 28 ANOS
MOEDAS DE 1819


Esta nova série de cédulas fantasia da Sociedade Numismática Paranaense, apresenta a temática Moedas de 1819. Lançada no 61º Encontro Nacional da SNP em Curitiba, no Paraná, a série rapidamente se esgotou. As séries remanescentes serão leiloadas no próximo evento da SNP que ocorre no dias 04 e 05 de Outubro deste ano. Tivemos um grande público interessado em conhecer um pouco mais do detalhe desta série, e como alguns dos amigos não são associados da SNP, obtive autorização para divulgar na integra o artigo que explica um pouco mais sobre a história delas, e seus motivos. 
Convido os amigos a se associarem a SNP, e conhecerem seus trabalhos. São 4 boletins ao ano, mais as revistas dos eventos Nacionais, bem como os eventos mensais na Sede Própria em Curitiba. 



Textos extraídos do Artigo do Boletim da SNP nº 77, de Abril de 2019. 
"SNP lança nova série de cédulas" 
de autoria de Carlos Gobbo e Fagner Maximo da Silveira. 

Já é tradição o lançamento de cédulas colecionáveis por parte da SNP. O objetivo é tornar a prática do colecionismo ainda mais estimulante. Nesta nova série, inspirada nas moedas do período do Brasil Reino Unido a Portugal e Algarves, procuramos contar um pouco da história daquela época. De certa forma, é um preparativo para as comemorações de 200 anos de independência do Brasil que iremos testemunhar em 2022.
Todos os sócios da SNP irão receber, gratuitamente, junto a esse boletim cinco cédulas, flor de estampa (F.E.), com numeração exclusiva. A tiragem será de apenas 350 conjuntos, ou seja, bastante limitada. A diretoria considera importante oferecer benefícios aos associados e além dos Boletins, reuniões para convívio social, patrocínio na edição de livros relativos à numismática, eventos, palestras e cursos, também vê na confecção de material colecionável uma forma de incentivo a prática da Numismática.
A série resultou de uma reunião entre diretoria e associados para a escolha de um tema que agradasse a nossa comunidade numismática. Venceu a homenagem aos 200 anos das moedas de 1819, desta maneira, tanto os colecionadores de moedas quanto os de cédulas foram contemplados neste lançamento. 

A série foi desenvolvida pelo associado Fagner Maximo da Silveira que selecionou cinco moedas representativas do ano de 1819, e são elas: X réis, 75 réis, 320 réis, 960 réis e 6400 réis. As imagens das moedas são de arquivos da SNP que tem direito cedido para uso.
Após a escolha do tema e das peças cedidas pela SNP, se iniciou o processo criativo. Era preciso encontrar uma linha que representasse o período, bem como sua iconografia e os elementos. Foi optado pela confecção de cédulas com um layout similar às cédulas daquele período, que eram unifaciais, a exemplo das cédulas do primeiro Banco do Brasil, fundado então por Dom João como príncipe regente. 

As Cédulas tem como características principais:

A efígie de Dom João foi extraída da Medalha Comemorativa da Aclamação de Dom João VI em 1818, em bronze, de autoria do gravador Zépherin Ferrez. A imagem a seguir serve apenas como referência, sendo que as imagens aplicadas nas cédulas são oriundas de uma edição de imagens, com processo de redesenho e colorização própria.

 Imagem disponível em:


As cédulas seguem uma proporcionalidade, conforme o valor, a efígie de
Dom João VI é ampliada.

Imagem do Processo Criativo.
Imagens do arquivo dos autores

O valor timbrado foi representado pela imagem da moeda. Cada cédula com seu respectivo valor, 10 –X, 75, 320, 960 e 6400 Réis.


O anverso da Cédula apresenta uma leitura do brasão da SNP em formato de gravura (monocromática), igual aos elementos que eram retratados nas cédulas do primeiro Banco do Brasil. Ao lado esquerdo, temos a Gralha-Azul, ave símbolo do estado do Paraná. A gralha-azul já foi representada em outros materiais lançados pela SNP, como a medalha dos 25 anos, em 2016 e a Cédula de 100 Araucárias, retratando animais da fauna paranaense que estariam em risco de extinção.

      Por fim, destaca-se também as assinaturas do Presidente e 1º Tesoureiro da SNP, respectivamente, Emerson Pippi e Carlos Gobbo. Seguimos assim para descrição das cédulas propriamente ditas:


Cédula de X (10) réis
(Embarque da Família Real e da corte portuguesa para o Brasil):


A imagem da cédula de 10 Réis retrata o Embarque da Família Real e da corte portuguesa para o Brasil, no caís de Belém, em Novembro de 1807. A imagem foi extraída de uma gravura do século XIX, imagem esta que se encontra no Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty. Ela representa o inicio da história da Família Real e de Dom João em terras brasileiras. Diante de um Brasil colonial a família real trouxe para cá as novidades da sede do Reino de Portugal, instalando lojas, construindo ruas, e principalmente, melhorando a estrutura administrativa da corte, com a inauguração do primeiro Banco do Brasil, colégios e bibliotecas, além de capelas, igrejas e museus. 

Imagem disponível em:


Cédula de 75 réis
(Aclamação de Dom João VI):


A cédula de 75 Réis ilustra o momento da aclamação de Dom João, no ano de 1818, como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. Após a morte de sua mãe, Dom João VI, que seria coroado em Portugal, decidiu assumir o trono no Brasil deixando boa parte dos conterrâneos insatisfeitos. O local da coroação foi o Terreiro do Paço, ou Largo do Paço, no centro do Rio de janeiro. Para tal ocasião, o Monarca mandou construir uma grande varanda para que todo o público pudesse vê-lo. 



Cédula de 320 réis
(Museu Nacional – Rio de janeiro):


       A cédula de 320 Réis ilustra em seu verso o Museu Nacional, antigo Museu Imperial. Fundado por Dom João VI em 1818, sua sede ficava no então Campo de Santana. Em 1892 muda-se para a Quinta da Boa Vista. Em seu acervo encontravam-se mais de 20 milhões de itens, destacando-se a coleção de artefatos egípcios, coleção esta, iniciada pelo então monarca do Brasil, Dom Pedro I.
Infelizmente o Museu da Quinta da Boa Vista foi atingido por um grande incêndio no dia 2 de setembro de 2018, justamente no ano de seu bicentenário. Esta cédula representa todos os feitos de Dom João VI, suas construções e suas obras voltadas ao progresso, história e cultura. 

Imagem disponível em:


Cédula de 960 réis
(Dom João VI e sua corte):


Representando a moeda de 960 Réis, a cédula trás a imagem da Corte de Dom João no dia de sua aclamação, em 1818. Ilustração de Jean-Baptiste Debret, representa toda a pompa da corte, a hierarquia, as vestimentas, bem como a tradição de uma coroação. Na ilustração, de pé ao lado de Dom João VI, vemos Dom Pedro IV de Portugal, que mais tarde viria a se tornar Dom Pedro I, Imperador do Brasil.



Cédula de 6400 réis
(Dom João VI – O Clemente):


Nesta gravura, Debret representa Dom João no centro da tela sob um pedestal, como base, três figuras masculinas distintas, cada uma delas representando uma das nações do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.Segundo o pesquisador Anderson Ricardo Trevisan, “Debret , em sua pintura, quis associar Dom João VI a sua forte religiosidade, dando a ele um status de santíssima trindade, sendo ele uma figura importante para a história e para o reino.” (TREVISAN, s/p) Os demais elementos que completam a imagem retratam as vitórias nas guerras, a cultura e o progresso do reino. 

Imagem disponível em:


Esperamos que os associados gostem dessa série e que esta sirva de incentivo para futuras emissões.



Bibliografia:

ITAÚ CULTURAL, Medalha comemorativa da aclamação de Dom João VI em 1818. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra25079/medalha-comemorativa-da-aclamacao-de-d-joao-vi-em-1818  Acesso em: 19/03/2019.

O PAPEL DA ARTE, Primórdios da gravura brasileira até Goeldi. Disponível em: http://www.opapeldaarte.com.br/primordios-da-gravura-brasileira-ate-goeldi/ Acesso em: 19/03/2019.

TREVISAN, Anderson Ricardo, A construção visual da monarquia brasileira: análise de quatro obras de Jean-Batiste Debret. Disponível em: http://www.dezenovevinte. net/obras/obras_jbd_art.htm Acesso em: 19/03/2019.

MULTI RIO, A vinda da Família Real para o Brasil: o embarque a viagem para o Brasil. Disponível em: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/brasil-monarquico/88-a-corte-no-rio-de-janeiro/8849-a-vinda-da-fam%C3%ADlia-real-para-o-brasil-o-embarque-e-a-viagem-da-corte Acesso em: 19/03/2019.

PLENARINHO, Aclamação de Dom João VI: uma festa que encantou o Rio de Janeiro. Disponível em: https://plenarinho.leg.br/index.php/2018/02/19/aclamacao-de-dom-joao-vi-uma-festa-que-encantou-o-rio-de-janeiro/ Acesso em: 19/03/2019.

BRASIL NA FOTOGRAFIA, Uma homenagem aos 175 anos de Marc Ferrez. Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=exposicao-antropologica-brasileira  Acesso em: 19/03/2019.

BRASIL NA FOTOGRAFIA, Museu Nacional. Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/visualizar-grupo-trabalho/160 Acesso em: 19/03/2019.

CÉDULA DO XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE NUMISMÁTICA


CÉDULA DO XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE NUMISMÁTICA
06 A 08 DE DEZEMBRO DE 2018.


DESCRIÇÃO DA CÉDULA DE 10 RÉIS – BÔNUS





Objetivos desta Peça Numismática:

De criação do Artista Visual Fagner Maximo da Silveira, a presente cédula foi construída a pedido da Sociedade Numismática Brasileira, em nome de seu presidente Gilberto Tenor.
Esta cédula tem por objetivo, ser utilizada como uma lembrança do XXII Congresso Brasileiro de Numismática, mas também como uma CÉDULA BÔNUS, onde, o participante que adquirir a cédula, poderá utilizá-la como moeda de troca nas mesas de comercio dentro do salão do congresso. Após o final do Congresso, o comerciante que tiver as cédulas Bônus, poderá fazer a troca pelo respectivo valor, com a tesouraria da SNB.


ANVERSO:

1 – Brasão da Sociedade Numismática Brasileira – Ao centro da cédula e em maior destaque, o brasão representa a história da Sociedade, fundada em 19 de janeiro de 1924. Ao centro a Prensa de Cunhar e moedas Históricas.
2 – Meteorito do Bendegó – O meteorito do Bendegó, também conhecido como Pedra do Bendegó ou simplesmente Bendengó, é um meteorito encontrado no sertão brasileiro do estado da Bahia. Com 5 360 quilos, é o maior siderito (meteoritos ferrosos ou metálicos) já achado em solo brasileiro. Em 1888, ele passou a integrar o acervo do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro. O meteorito do Bendegó foi encontrado em 1784 pelo menino Domingos da Motta Botelho, que pastoreava o gado em uma fazenda próxima à atual cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia. Na noite de 02 de setembro de 2018, dia do grande incêndio que destruiu o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, existia uma certa cautela quanto a sua resistência, porém dentre todos os itens catalogados no Museus, foi o único item que resistiu praticamente ileso. Tornou-se símbolo de força e de reconstrução do Museu.
3 – Linhas Arquitetônicas – Estas linhas, logo atrás do Brasão da SNB, representam elementos da Arte Nouveau no Brasil, entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Estas linhas representam a inovação arquitetônica e progresso nas cidades do Brasil. Também representam o período de fundação da SNB, em 1924. As linhas estão presentes nas cédula de 2017, sendo que esta cédula é uma sequencia da cédula do Congresso de 2017.
4 – Assinatura do Presidente da SNB – Como forma de registrar a história da Sociedade Numismática Brasileira, esta cédula, seguindo o padrão monetário, trás a chancela do atual presidente da Sociedade, o sr. Gilberto Tenor.


VERSO:

5 – Museu Nacional da Quinta da Boa Vista – O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil que, até setembro de 2018, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localiza-se no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, estando instalado no Palácio de São Cristóvão. O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938. Na noite do dia 02 de Setembro, o Museu foi tomado por um incêndio descontrolado, destruindo quase que sua totalidade, restando apenas à estrutura física, sendo que o acervo foi basicamente todo destruído. No ano do seu centenário, o museu viveu seu pior momento, estava com orçamento reduzido, sistema contra incêndio falho e ineficaz, e estava passando pelo descaso do poder público.

6 – Símbolo do XXII Congresso Nacional – Símbolo e informações da cédula bônus do XXII Congresso Nacional da SNB.
7 – Dez Réis – Valor da moeda Bônus, com o nome da mesma de 10 Réis. O Réis, ou REAL, foi a primeira moeda a circular no Brasil. Trazida pelos Portugueses, logo o Real se tornou a moeda de uso no Brasil Colônia, passando pelo Brasil Reino Unido e Brasil Império, saindo de circulação em 1942. Nada mais justo que apresentar como nome de moeda, uma moeda que esteve presente em boa parte da história do Brasil.
8 – Numeração – Numeração única para cada cédula emitida, ficando o registro de cada peça, bem como sua importância para o meio do colecionismo e numismático.

Palavras do Artista Fagner Maximo da Silveira:

A Cédula emitida para o Congresso deste ano da SNB retrata o contraste da Arquitetura imponente da fachada do Museu Nacional, quando o mesmo ainda estava de pé, e ao mesmo tempo com as cores vibrantes do Amarelo e Laranja, representando em um plano as chamas que o consumiram e ao mesmo tempo o losango da Bandeira Nacional (Império e República). Apresenta também em seu anverso o sobrevivente do tempo e espaço – Meteorito do Bendegó – Viajante do tempo, do cosmos, escolheu nosso solo para repousar. É contraditório, pois passou milhões de anos navegando pelo universo, estacionou aqui, foi encontrado, e infelizmente quase que foi destruído pelo descaso do homem.
O Museu Nacional é o Símbolo máximo da nossa história e da nossa cultura. Em seu interior, tínhamos... “TINHAMOS”... A história do mundo ao nosso alcance, historia esta que foi praticamente consumida pelas chamas. Cabe a nós mantermos os acervos e passarmos a historia para as gerações futuras.
A SNB e seu Presidente Gilberto Tenor, estão de parabéns por esta iniciativa, em homenagear esta grandiosa instituição, que infelizmente foi vítima do descaso da ação do tempo. Que sirva de exemplo e parâmetro para que não tenhamos mais tragédias como esta em nosso meio cultural e histórico, bem como todo e qualquer patrimônio público.